8 de março

Oficialas de Justiça falam do orgulho de cada vez mais mulheres assumirem a profissão

Por meio de relatos que exprimem a força, coragem e determinação das mulheres que exercem esse cargo, o Sindojus presta homenagem a todas as mulheres, que fazem a diferença não só na justiça, mas em todos os espaços que ocupam

08/03/2022
Arte: Benes/Sindojus Ceará

A possibilidade de mulheres poderem ingressar em carreiras que antes só eram ocupadas por homens representa um importante progresso. No caso da categoria dos Oficiais de Justiça, esse marco ocorreu em 1975, com a posse de Margarida Brasil, primeira Oficiala de Justiça a assumir a função no Ceará. Desde então, muitas mulheres passaram a seguir a profissão. Liciane Tabosa, Oficiala de Justiça da comarca de Umirim, diz que se sente apta a exercer o trabalho da mesma forma que qualquer homem e destaca o orgulho de hoje as mulheres estarem ocupando cada vez mais espaço no mercado de trabalho e, principalmente, na profissão de Oficiala de Justiça, que antigamente era ocupada predominantemente por homens.

No cargo há 11 anos, Liciane, que é a única oficiala de Umirim, comenta que sempre quis trabalhar no Poder Judiciário e quando saiu o edital optou pela função por se tratar de uma profissão mais instigante, interessante, ativa e a sua cara, com mais desafios. “Cada dia é uma situação diferente”, disse. Orgulhosa de seu ofício, ela fala do prazer em poder ajudar as pessoas. Ao cumprir as determinações judiciais procura sair do padrão e, com todo prazer, busca atender a todos prestando esclarecimentos acerca do processo. “Em toda profissão a empatia é importante, mas na nossa, principalmente por estar em contato com a parte (os jurisdicionados), a gente tem que ter isso mais aguçado”, observa.

Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, Liciane diz que a mensagem que gostaria de deixar é para as mulheres não hesitarem e lutarem pelo que querem, independente do que os outros possam vir a falar.

Competência

O pensamento é o mesmo de Palmira Peixoto, única Oficiala de Justiça lotada na comarca de Senador Pompeu. Ela enfatiza que as mulheres têm que ocupar todos os espaços possíveis, porque embora seja um cargo que exige certo preparo emocional para lidar diretamente com a população, na sua visão as mulheres têm toda competência do mundo para exercê-lo. “Quiçá melhor, com toque de gentileza, que às vezes falta nos homens”, frisa.

No tocante às servidoras do Poder Judiciário, ela ressalta a importância de o Tribunal de Justiça implementar medidas que facilitem o trabalho da categoria, considerando todas as circunstâncias e peculiaridades do cargo, para que possam exercer a profissão com mais segurança, respeito e qualidade.

Multitarefas

Servidora do judiciário cearense há 46 anos, Fátima Aquino lamenta que, em pleno século XXI, as mulheres ainda sejam consideradas o sexo frágil. Ela enfatiza que as Oficialas de Justiça trabalham com toda a sua força e garra e, sozinhas, materializam as decisões judiciais nos mais longínquos lugares. “A mulher é essa coisa maravilhosa. A presença dela no cargo é imprescindível, pois com a sua doçura ela sabe como ninguém mediar os conflitos”, destaca.

Fátima Aquino destaca que tem imenso orgulho da profissão e parabeniza todas as colegas de profissão por assumirem multitarefas, administrando todos os perigos e adversidades do labor e ainda darem conta de todas as obrigações de casa. “Nada mais justo do que reconhecer o nosso mister e principalmente a presença da mulher dentro da categoria dos Oficiais de Justiça. Essa falta de reconhecimento vai pela ideologia machista que ainda impera, mas eu acredito muito que nós chegaremos lá cada vez mais, com a nossa força e a nossa dignidade”, reitera.

Afirmação

Ranieria Lima, vice-presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE), vê a conquista de todos esses espaços como afirmação do quanto a mulher é capaz. E, apesar dos avanços, ela avalia que a mulher ainda está longe de ter o reconhecimento merecido, ainda assim, frisa que ela não pode desistir, porque está no seu DNA esse espírito de batalhar e não desistir dos seus objetivos.

“Nessa guerra dos sexos não é visto o que a gente faz por trás dessa questão do trabalho em si, como se as tarefas do lar não fossem trabalho, quando a gente exerce isso e ainda tem que se afirmar enquanto profissional por ser mulher e, muitas vezes, tem que se mostrar mais capaz do que o homem para ser reconhecida”, destaca Ranieria Lima, vice-presidente do Sindojus

“Essas multitarefas que a gente exerce são prova disso, porque nessa guerra dos sexos, como costumam falar, nós precisamos nos destacar em tudo e não é visto o que a gente faz por trás dessa questão do trabalho em si, como se as tarefas do lar não fossem trabalho, quando a gente exerce isso e ainda tem que se afirmar enquanto profissional por ser mulher e, muitas vezes, tem que se mostrar mais capaz do que o homem para ser reconhecida”, observa.

Na sua avaliação, essa questão da Oficiala de Justiça, como em tantas outras profissões, veio mostrar que tudo cabe às mulheres. “Cabe-nos ser Oficiala de Justiça, jogadora de futebol, pilota de avião, médica… são tantas profissões e todas elas nos cabem. Nada é impossível por conta do sexo, não existe isso”, reforça.

Ranieria acrescenta que é muito feliz, pois na comarca em que trabalha, de Tabuleiro do Norte, há duas mulheres lotadas. “É maravilhoso nós podermos trabalhar juntas, tem a questão da sensibilidade, do olhar mais humanizado, é muito legal. Que venham cada vez mais mulheres”, conclui.

Homenagem

O Tribunal de Justiça conta com quadro de Oficialas de Justiça que dão muito orgulho ao judiciário cearense. Por meio desses relatos que exprimem a força, coragem e determinação das mulheres que exercem esse cargo, o Sindojus presta homenagem a todas as mulheres, que fazem a diferença não só na justiça, mas em todos os espaços que ocupam.

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