05 de setembro dia do Oficial de Justiça
O Sindicato dos Oficiais de Justiça do Estado do Ceará – Sindojus-CE parabeniza todos os oficiais e oficialas de justiça pelo seu dia, convicto de que a defesa intransigente, responsável, fundamentada e séria dos interesses do oficialato é a função maior do sindicato de tão valorosa categoria.
Homenageamos todos os Oficias e Oficialas de Justiça com o belo texto da jornalista Caroline P. Colombo.
Parabéns Oficial de Justiça!
Os gregos classificavam o herói como um ser de posição intermediária entre os deuses e os homens. Alguns dicionários, entre outras definições, citam o herói como "homem admirável por feitos e qualidades nobres". Mas a mídia atual traz um novo conceito de herói, mais humano e presente, pessoas comuns que suportam exemplarmente um destino incomum, ou que arriscam sua vida abnegadamente pelo seu dever ou pelo próximo… 5 de setembro é o dia de alguns desses heróis.
São muitos, milhares, espalhados por este país continental. Dia após dia, convivendo de igual modo com a violência dos grandes centros urbanos e a dos rincões dominados pelos coronéis; com as madrugadas frias do sul e com as tardes escaldantes do nordeste; com a compreensão dos justos e com a ira dos pecadores; com as manhãs de primavera e com os rigores do inverno; com a revolta dos injustiçados e com a satisfação dos dissimulados; com a ostentação das mansões e com a miséria das favelas; com o sol, a chuva, a neve, o calor, a poeira, a poluição, a lama; com a dor e a fome dos excluídos e com a indiferença dos poderosos…
Silenciosamente, entram e saem dos palácios e dos barracos. Deslizam pelas noites, madrugadas, tardes de domingo e feriados. Abdicam do sono, das refeições e dos eventos sociais. São ao mesmo tempo vilões e mocinhos a critério das partes, recebendo respeito e admiração de alguns ou ódio, rancor e descaso de outros.
Dia após dia, deixam as famílias e vão de encontro ao perigo e à escória que a sociedade finge ignorar; separam crianças de suas mães, de seus pais e de suas famílias; penhoram sonhos de uma vida inteira; apreendem pequenas e grandes conquistas; veem a adolescência perder-se em meio às drogas, à violência e à prostituição; lidam com o descaso do poder público; pagam pelos equívocos e pela incompetência dos políticos; respondem pela cegueira e pela morosidade da Justiça; surpreendem os desavisados e os inocentes; veem o choro das mães e dos filhos; entram nos hospitais, igrejas, estádios, prostíbulos, creches e asilos; suportam a arrogância dos gabinetes e das alamedas; ouvem a lamúria dos devedores e as lamentações dos carentes esquecidos; caminham ao lado dos esgotos abertos entre os becos e vielas; atravessam a remo os igarapés e os riachos; engolem poeira e patinam na lama das estradas mal conservadas; embargam, derrubam, removem, arrestam, interrompem, conduzem, prendem, intimam… Tudo isso, com uma imparcialidade sobre-humana, mesmo quando os corações se apertam, quando sente pena, medo, raiva ou asco.
São os olhos e os ouvidos de uma entidade cada vez menos acreditada. São as pernas que chegam aonde nenhum – nenhum mesmo – outro membro do Poder ousaria pisar. São o braço forte e a mão pesada da Lei. São a sensibilidade e a percepção que muitas vezes não aparecem nas folhas frias dos autos. São a materialização das sentenças, decisões e despachos. Não fosse por eles, tudo não passaria de letra morta, de meras intenções.
É o ofício e dever. E o cumprem com profissionalismo, dedicação e seriedade. Pode parecer estranho, mas a maioria deles declara abertamente que o faz por amor, que sente prazer e realização em tão nobre ofício, a despeito de tantas dificuldades, perigos e falta de reconhecimento da sociedade e do Poder Público.
É preciso ser herói por opção, voluntário, espontâneo e consciente. É assim que se faz uma grande nação. É assim que se faz um mundo melhor. É assim que se faz Justiça.
Fonte: Fenassojaf