Cariri

Sindojus homenageia Oficial de Justiça pelo seu centenário

Nascido em 1917, Raimundo José da Silva completou, no dia 18 de março, 100 anos. O Sindojus foi até Santana do Cariri prestar homenagem ao oficial, que é o mais antigo da categoria

01/11/2017
Fotos: Luana Lima

Ao entrar em contato com os inativos para o tradicional Encontro dos Aposentados, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) constatou fato raro: um Oficial de Justiça de Santana do Cariri que completara, em março deste ano, o seu centenário. Ao tomar conhecimento de tal fato, a diretoria logo tratou de providenciar uma homenagem a seu Raimundo José da Silva. Nascido em 1917, ele completou, no dia 18 de março, 100 anos. Teve festa, teve bolo e teve até banda para celebrar o ilustre aniversariante da cidade, situada a 558 km da capital. Muita gente prestigiou o evento, comentou o filho mais velho, José Cristine Neto, 74. No convite, não esqueceram de colocar o brasão de Oficial de Justiça. 

Por volta de 15h30, depois de mais de dez horas de estrada, os representantes do Sindojus chegaram ao município, onde boa parte da família de seu Raimundo aguardava com ansiedade. “São os seus colegas Oficiais de Justiça, eu não disse que eles vinham”, comentou o filho mais velho. Apesar da limitação da fala e de não ouvir muito bem, seu Raimundo era só sorrisos com a presença dos colegas de labuta. Luciano Júnior, presidente do Sindojus, e Dutra Rocha, diretor dos Aposentados, entregaram a placa de agraciamento ao centenário, que é o Oficial de Justiça mais antigo da categoria.

Diligências

José Neto contou que certa vez o pai fora cumprir um mandado na serra do Araripe. Ao chegar lá, a família da pessoa a ser notificada o ameaçou, chamou de macumbeiro e o escorraçou do local. Ao retornar para o Fórum, ele informou ao juiz o fato e o mesmo ordenou que retornasse acompanhado da polícia.

Maria de Lourdes da Silva, 72, filha de seu Raimundo, relatou a história envolvendo uma menina de 9 anos. Um casal havia se separado e a mulher, ao saber que perderia a guarda da filha, saíra de Santana do Cariri para Assaré, com intuito de se esconder na casa de uma irmã. Como sabia o paradeiro, seu Raimundo foi bater lá. Ao vê-lo, a mulher não escondeu o desapontamento. “O papai, como amigo dela, disse pra ela se conformar, pois teria que levar a menina, caso contrário seria pior para ela, e tentou conformá-la dizendo que a criança ainda poderia voltar às suas mãos. Ela entregou e agradeceu muito por ele ter confortado ela”, disse.

Transporte

Quando não encontrava transporte, seu Raimundo cumpria as diligências no cavalo que tinha. “Ele ia pra muito longe, outras cidades, mas nunca temeu o trabalho. Ele ia para Altaneira, para Assaré, tudo a cavalo. Ia muito cedo e chegava à noite. É uma distância de uns 60 km. Ele gostava do serviço. Chegou o tempo de se aposentar, mas ele disse que não queria, mesmo já tendo direito. É porque gostava mesmo”, contou o filho.

Ao todo, seu Raimundo tem oito filhos, 49 netos, 18 bisnetos e 6 tataranetos. Boa parte da família se reuniu para receber a diretoria do Sindojus. Com satisfação, José Neto agradeceu a presença do Sindicato e disse que foi uma honra para a família receber a homenagem.

 

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