Vagner Venâncio: “Oficiais de Justiça na linha de frente”
Artigo de opinião de autoria do presidente do Sindojus Ceará, Vagner Venâncio, publicado na edição do último dia 12 de junho do jornal O Povo
Um ano se passou desde o início da pandemia do novo coronavírus e, mesmo com os iminentes riscos de contaminação, oficiais e oficialas de Justiça continuam nas ruas, batendo de porta em porta, para levar a justiça a todos os cidadãos, na linha de frente do Poder Judiciário.
Se os fóruns de todas as comarcas do Ceará estão fechados por causa do agravamento da crise sanitária, é por meio destes servidores que o Estado e a justiça se fazem presentes em todos os lugares, até nos de mais difícil acesso.
Afinal, um judiciário humano e próximo da sociedade passa, necessariamente, pelo trabalho do Oficial de Justiça.
Com a onda pandêmica ficou ainda mais evidente o quanto o trabalho destes profissionais, que desempenham função social, é imprescindível à sociedade e à justiça.
Sem a opção de ficar no regime de teletrabalho, paramentam-se com uma ou duas máscaras, face shield, encaram sol, chuva e um vírus invisível que está matando. São eles os responsáveis por garantir a efetividade do cumprimento de medidas urgentes, as quais podem salvar a vida de quem está à espera de um leito de UTI, assegurar a pensão alimentícia de crianças, resguardar mulheres de seus agressores, além de todas aquelas que não podem deixar de ser realizadas, pois representariam o perecimento de direitos.
E apesar do temor que tira destes servidores a confiança no amanhã, são úteis e necessários em seu mister.
Atuam como braço do Poder Judiciário e, muitas vezes, a voz das partes, demonstrando empatia e sensibilidade em cada diligência cumprida, ainda que muitas vezes sejam recepcionados por pessoas sem máscaras.
Na ponta da prestação jurisdicional, precisam ir às ruas em meio ao momento mais crítico da pandemia, tornando-se potenciais vetores da doença. Neste mês de março, quando é celebrado o Dia Nacional do Oficial de Justiça, a nossa principal luta é para garantir a inclusão do Oficial de Justiça no grupo prioritário de vacinação, assim como a realização de testes rápidos por parte do Tribunal de Justiça. Imunizar a categoria significa resguardar o acesso à justiça e proteger a sociedade como um todo.
*Artigo de opinião de autoria do presidente do Sindojus Ceará, Vagner Venâncio, publicado na edição do dia 12 de junho do jornal O Povo.