Morre, aos 78 anos, a Oficiala de Justiça Maria Rodrigues Pinheiro
O velório está sendo realizado na Funerária Ethernus, no bairro Aldeota. A missa de corpo presente será, às 13h30, no mesmo local; e o sepultamento, às 15h30, no Jardim Metropolitano
É com profundo pesar que o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) informa o falecimento, na tarde de ontem (28), da Oficiala de Justiça Maria Rodrigues Pinheiro. Conhecida como Baita, Maria lutava contra um câncer de peritônio e se encontrava em cuidados paliativos desde dezembro de 2024. O avanço da doença comprometeu sua saúde, levando à falência dos órgãos. O velório está realizado na Funerária Ethernus, situada na Rua Padre Valdevino, 1688, bairro Aldeota. A missa de corpo presente será, às 13h30, no mesmo local; e o sepultamento, às 15h30, no Jardim Metropolitano (Rod. 4º Anel Viário, s/n – Eusébio).
As três Marias
Natural do município de Catarina, na região do Sertão dos Inhamuns, Maria Rodrigues fez história ao lado de Margarida Brasil e Maria Berenice, sendo uma das três primeiras mulheres a assumir o cargo de Oficiala de Justiça no Ceará, em 1975. Conhecidas pela categoria como as três Marias, elas enfrentaram e venceram as barreiras do preconceito para ocupar um espaço que, até então, era predominantemente masculino.
O pioneirismo de Maria Rodrigues em suas quatro décadas de atuação junto às demais colegas em prol da Justiça foi reconhecido pelo Sindojus-CE durante a 6ª edição do Encontro dos Aposentados, no ano de 2018, em uma homenagem justa e emocionante àquelas que abriram caminhos dentro do Judiciário cearense.

Maria Rodrigues é homenageada pelo Sindojus-CE, ao lado de Margarida Brasil e Margarida Berenice, por seu pioneirismo como Oficialas de Justiça do Ceará. Foto: Milton Figueiredo
Engajamento e compromisso com a Justiça
Ao longo de sua trajetória, Maria Rodrigues também destacou-se pelo seu engajamento em causas sociais, com participação ativa no movimento “Mulheres com Dilma”, em defesa dos direitos das mulheres, além de compor a primeira turma do Conselho Cearense dos Direitos da Mulher (CCDM).
A Oficiala de Justiça Margarida Brasil relembra com emoção a trajetória da colega. “Ela trabalhou comigo por muitos anos, desde os tempos do Fórum velho. Exerceu sua missão com dignidade, bravura e perfeição. Dedicou a vida aos irmãos, à mãe e ao serviço público. Lutou até o fim, e mesmo nos últimos momentos fez questão de se despedir em paz, recebendo os sacramentos da igreja. Vai deixar muita saudade, mas também um legado que a gente jamais vai esquecer”.
Margarida destaca ainda o papel ativo que a servidora tinha nas redes sociais, onde constantemente se posicionava em defesa da democracia e dos direitos dos Oficiais de Justiça. “Ela era muito engajada, estava sempre nas redes compartilhando informações, mobilizando colegas, cobrando melhorias. Era uma defensora incansável da nossa categoria e da justiça social”, pontua.

Foto: Arquivo da família
Hugo Rodrigues, sobrinho de Maria Rodrigues, exalta o papel central que a oficiala exercia na família. Para ele, Maria era vista como a matriarca, referência de afeto, força e união, sempre fazendo questão de organizar os aniversários e eventos familiares, e acolher todos em sua residência. Ao relembrar sua trajetória de vida e dedicação ao trabalho, ele destaca “que o Poder Judiciário perde uma grande servidora. Seu legado de pioneirismo e defesa incansável da justiça ficarão marcados na história”.
Entidade decreta luto oficial de três dias
O Sindojus, em nome dos Oficiais de Justiça de todo o Ceará, lamenta profundamente tão significativa perda e roga a Deus que conforte o coração dos familiares e amigos de Maria Rodrigues Pinheiro nesse momento de dor profunda. A entidade decreta luto oficial de três dias. O Sindojus presta solidariedade aos familiares, amigos e colegas da oficiala, enlutados por sua partida.