Descentralização

Centro Sul, Cariri, Norte e Ibiapaba: Categoria exalta sentimento de união e pertencimento com eventos nas regionais

Oficiais e oficialas falam do perfil solitário da profissão e destacam que as confraternizações no Interior fazem com que se sintam especiais, pertencentes à família do Judiciário

30/12/2025
Fotos: Luana Lima e Lennon Cordeiro/Sindojus Ceará

A diretoria do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) realizou, nos dias 12, 13, 17 e 18 de dezembro, confraternização de fim de ano da categoria nas coordenadorias regionais Centro Sul, Cariri, Ibiapaba e Norte, respectivamente. Além de descentralizar a atuação da entidade, os encontros regionalizados têm como objetivo proporcionar um importante momento de lazer e descontração entre oficiais e oficialas, seus familiares e o sindicato, fortalecendo os laços de união da categoria. Em janeiro de 2026, a diretoria dará continuidade às confraternizações nas demais coordenadorias regionais.

Participando pela primeira vez do evento no Centro Sul, Walmir Alves Gomes, Oficial de Justiça há 30 anos, lotado na comarca de Saboeiro, não escondeu a satisfação de vivenciar aquele momento e assegurou que prestigiará as próximas edições. Ele falou da felicidade de estar com os colegas de trabalho, ao lado de seus familiares, e de poder conversar com cada um pessoalmente.

“Não só interagindo como a gente costuma fazer, pelo WhatsApp, mas presencialmente, sentindo o calor deles nesse momento tão especial. Estou gostando especialmente por ter as famílias aqui, todo mundo junto, coligado nesse sentimento forte de união, está sendo muito gostoso mesmo”, elogiou.

Luiz Hueliton, da comarca de Icó, exaltou que momentos como aquele são importantes para que possam ter contato com os colegas, uma vez que a profissão é extremamente solitária e, muitas vezes, acabam não tendo contato nem com os colegas da própria comarca, pois cada um tem rotas diferentes, e também para que possam trocar ideias sobre as estratégias para a questão da produção semestral, o que cada um tem feito para alcançar.

“Nós trocamos muitas figuras, conhece muita gente que está nessa caminhada há mais tempo. É muito importante essa troca de experiências, porque por um lado os mais antigos têm muita experiência em algumas parte e aquelas pessoas que estão chegando agora também têm outras experiências que podem contribuir, como a expertise na parte da tecnologia, como fazer cumprimento de mandados por meios remotos, a gente tem esse ‘know-how’ e os antigos têm muita outra bagagem para passar para a gente, então esses momentos são muito importantes”, destacou.

Hueliton acrescentou ainda que a profissão do Oficial de Justiça é imprescindível para a prestação jurisdicional e que muitas vezes o que fazem é uma “tradução” daquela linguagem técnica, o que o juiz decidiu, o que precisa ser feito e que, sem essa mediação, muitas pessoas sequer entenderiam o conteúdo da decisão, uma vez que os pronunciamentos judiciais não são inteligíveis para as pessoas.

“Essa atuação é imprescindível, por exemplo, na proteção das mulheres, especialmente no cumprimento dos mandados relacionados à Lei Maria da Penha. Na prestação jurisdicional e nessa aproximação entre o Judiciário e a sociedade, o Oficial de Justiça exerce exatamente esse papel de ponte, ligando a sociedade à função jurisdicional”, frisou Luiz Hueliton.

Foto: Luana Lima/Sindojus Ceará

Quem também participou pela primeira vez do evento foi o vice-presidente do Sindojus, Edisoneudson Guerra. Ele desejou a todos um feliz Natal e um ano novo repleto de conquistas pessoais e profissionais.

“Que seja um ano muito abençoado para todos. Gostaria de deixar uma mensagem, que possa ser guardada em nossos corações, de que a gente guarde só bons sentimentos, boas lembranças. E aquilo que eventualmente não sejam bons sentimentos e boas lembranças, que a gente possa jogar fora e dizer: isso não me pertence, isso é lixo e eu não vou colocar esse lixo dentro de mim. Desejo muitas felicidades para todas e todos os colegas”, manifestou.

O presidente Vagner Venâncio iniciou a fala agradecendo por mais um ano de confraternização e falou sobre as principais demandas em andamento junto à administração do Tribunal de Justiça, bem como em âmbito nacional, junto ao legislativo federal. Falou sobre os dois projetos que se tornaram lei, os quais tratam da atualização da Indenização de Transporte (IT) dos Oficiais de Justiça e o que cria uma nova classe na tabela de nível superior, e cria ainda, por transformação, 20 cargos de Oficiais de Justiça SPJ/NS, importantes avanços para a categoria neste fim de ano.

“Continuaremos trabalhando nos pautando sempre pela prudência, firmeza e fundamentação nos diálogos com a administração do Tribunal de Justiça. Que esse sentimento de empatia, amor e reciprocidade que são tão forte nesse período do ano sejam vivenciados de janeiro a dezembro. A gente só é feliz quando a gente faz o outro feliz, portanto, exerçamos a empatia, a amizade e o respeito acima de tudo. Contem conosco”, ressaltou Venâncio.

Oficiala de Justiça há 21 anos, Danisalva Moreira, expressou a sua felicidades com os encontros nas regionais promovidos pelo sindicato. “A gente trabalha de forma muito solitária, é como se a gente não existisse no fórum, então quando a gente vem para cá se sente especial, é exatamente isso que eu sinto. Eu amo, amo, amo esses encontros, amo mesmo. São momentos em que a gente se atualiza, troca experiências. Eu só tenho a agradecer ao meu sindicato, que é maravilhoso. Muito obrigada, estou muito feliz”, manifestou.

Foto: Luana Lima/Sindojus Ceará

“Essa dinâmica instituição que nos representa é o nosso anjo da guarda”, exalta Bosco André

Depois do Centro Sul, em 13 de dezembro foi a vez da região do Cariri receber a visita do Sindojus Ceará. O evento, realizado em Juazeiro do Norte, contou com a presença de oficiais e oficialas de Justiça, entre ativos e aposentados, das comarcas de: Araripe, Assaré, Barbalha, Brejo Santo, Campos Sales, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Jardim, Juazeiro do Norte, Milagres, Missão Velha, Nova Olinda e Porteiras.

Decano na região e exímio conhecedor da história do cangaço no Cariri, o Oficial de Justiça e escritor João Bosco André, da comarca de Missão Velha, desejou boas festas aos colegas e seus familiares, e exaltou a atuação do sindicato. “Essa dinâmica instituição que nos representa é o nosso anjo da guarda. Quero desejar a todos os colegas oficiais e oficialas e seus familiares um Natal cheio de muita paz, saúde e dinheiro no bolso, que Deus abençoe a todos”, disse.

Maria das Graças Rios, lotada em Barbalha, comentou que oficiais e oficialas do Interior muitas vezes não conseguem participar do evento em Fortaleza e reforçou que os encontros nas regionais são de extrema importância por possibilitarem que a categoria se encontre, troque ideias e possam conhecer os colegas que ingressaram recentemente na carreira.

“É um momento extremamente prazeroso, de lazer, de confraternização e de união entre nós. A gente só tem a agradecer ao sindicato pela iniciativa de fazer essas confraternizações de fim de ano da categoria”, registrou.

Para Mariano Alves, Oficial de Justiça da comarca do Crato, as confraternizações nas regionais são importantes por aproximar o sindicato do Interior. “O sindicato, que muitas vezes está presente na Capital, sempre que pode faz questão de estar junto do Interior. Isso é algo que eu sempre falo. A diretoria está sempre presente quando possível, e, além de dirigentes, de colegas de trabalho, são meus amigos, meus irmãos, pessoas que conheço há muito tempo, então é muito importante ter sempre esse contato com os colegas do Interior”, comentou.

Lívio Sales, da comarca de Juazeiro do Norte, ressaltou que aquele tipo de ocasião é muito especial, já que a profissão de Oficial de Justiça, por si só, é solitária.

“Muitas vezes a gente trabalha de casa, organizando e imprimindo mandados, e não consegue conviver com os colegas no dia a dia. Falta essa convivência cotidiana, de perceber que existem outras pessoas fazendo o mesmo trabalho, vivendo as mesmas situações, enfrentando as mesmas alegrias e também os mesmos desafios da profissão. Por isso, momentos como esse são tão importantes. Eles fazem com que a gente se sinta, de fato, parte de uma comunidade, parte de um todo que contribui para a prestação jurisdicional. A gente percebe que não está sozinho e que todo mundo está ali, junto, tentando fazer o melhor possível pelos jurisdicionados”, disse.

Eventos no Interior fortalecem sentimento de acolhimento e pertencimento

Vilani Vasconcelos, oficiala aposentada que atuou nas comarcas de Sobral e Forquilha, na região Norte do Estado, é outra que considera os eventos no Interior muito importantes, por criarem uma interação entre todos os Oficiais de Justiça da região. “Além de fortalecer os laços de amizade, esses encontros criam oportunidades para reivindicar, trocar ideias sobre situações de trabalho e aprender com as vivências dos colegas”, destacou.

Ela acrescentou que a presença do sindicato no Interior é importante por acolher todos os Oficiais de Justiça, ouvir as reivindicações da base e fortalecer a interação da categoria. “Também é uma forma de a gente ficar atenta às mudanças, aos projetos em andamento e de se sentir pertencente à família dos Oficiais de Justiça”, observou.

Na visão de Liduino Silva, da comarca de Massapê, os eventos nas regionais são importantes por manter a categoria atualizada. “O sindicato traz informações, explica o que está acontecendo no Tribunal de Justiça e ajuda a gente a ficar por dentro das questões que envolvem o nosso trabalho no dia a dia. Sempre que a gente procura, o sindicato está acessível. A gente recebe as informações necessárias, o que ajuda bastante no nosso trabalho”, exaltou.

José Gerardo Sabino Filho, da comarca de Morrinhos, afirmou que o sindicato é um sustentáculo para o sindicalizado. “Qualquer problema que eu tenho, eu aciono o sindicato. Converso com o Vagner, com o Carlos Mello, o sindicato tem esse viés de importância que nos aproxima de tudo aquilo que a gente precisa, oferecendo orientação, apoio e informações que fortalecem a atuação da categoria. Essas comunicações que eles nos passam, esse sustentáculo, ajudam bastante a categoria”, elogiou.

Oficiais exaltam postura ativa do sindicato em relação ao Interior

Aposentado da comarca de Tauá, Francisco da Silva Sousa destacou a aproximação que as confraternizações nas regionais proporcionam à categoria e disse que com a presença do presidente e do vice-presidente nos eventos é uma oportunidade de a categoria apresentar as suas reivindicações e dialogar diretamente com os dirigentes. “É muito importante, porque nem sempre a gente consegue estar em Fortaleza. Esses encontros trazem informações atualizadas, ajudam a esclarecer dúvidas e fortalecem tanto o sindicato quanto a categoria. Fica mais fácil o acesso. Quando o sindicato vem até o Interior, facilita muito para nós e torna tudo mais acessível”, ressaltou,

Muitas vezes, até pela grande demanda de trabalho, oficiais e oficialas do Interior não conseguem participar dos eventos na Capital, por isso a relevância das confraternizações regionalizadas, é essa a avaliação que faz Luiz Gonzaga do Nascimento, Oficial de Justiça aposentado da comarca de São Benedito.

“Eu acho muito bonito e muito importante a forma como o sindicato trata os Oficiais de Justiça de cada região. O que o sindicato está fazendo, promovendo esses encontros em cada regional, é fundamental. É uma forma de reunir todo mundo, de discutir os assuntos da comarca, o que está acontecendo no dia a dia, inclusive, as relações entre juízes e Oficiais de Justiça. O que o sindicato faz é uma maneira de socializar a categoria e fortalecer a união entre os oficiais e os servidores de cada comarca”, diz parabenizando a postura ativa da direção do sindicato em relação ao Interior.

Oficiala de Justiça há 36 anos, Ana Célia de Souza, da comarca de Ibiapina, na região da Ibiapaba, afirmou que esses eventos são de grande valia e que tem oportunidade de conversar com colegas que ainda não conhecia.

“Estou há oito anos na região e, mesmo assim, tinha colegas de Tianguá e de outras comarcas que eu ainda não conhecia. Essa interação é muito boa, a gente conversa sobre o trabalho, sobre os plantões, quando a gente vai até a comarca deles ou eles vêm até a nossa. Se precisar de ajuda, a gente troca telefone. Também é importante para a gente saber o que está acontecendo. Hoje existem as mídias sociais, mas é muito bom esse acompanhamento mais de perto. Ter o presidente do sindicato presente faz a gente sentir um apoio maior, então é muito bom”, ressaltou.

“A gente percebe que não está só”. A fala de Ana Cláudia Mesquita, oficiala da comarca de Mucambo, expressa um sentimento presente em todos os eventos realizados pelo Sindojus nas regionais: de pertencimento e atenção. “A gente percebe que existe realmente um sindicato ativo, que representa a gente. Qualquer dificuldade que tiver a gente liga, tem esse espaço, essa liberdade. O sindicato está ali na hora que a gente precisa. A gente liga e já estão à disposição. Se precisar da assessoria jurídica, a gente tem. A gente não se sente só”, observou.

Ana Cláudia também falou sobre o perfil solitário da profissão. “A gente pega os mandados, pega o carro e sai para a zona rural. Muitas vezes são 30, 40 quilômetros de deslocamento. Tem colegas que andam essa mesma distância para cumprir um único mandado. É um trabalho muito solitário. E o sindicato, sendo atuante, faz com que a gente se sinta forte, não abandonada. A gente sabe que tem com quem contar. Isso é muito importante, principalmente nessa época em que todo mundo está com ansiedade, com muito trabalho, com sobrecarga”, comentou.

Sindojus dará continuidade às confraternizações em janeiro de 2026

Em janeiro de 2026, o Sindojus dará continuidade às confraternizações da categoria dos Oficiais de Justiça nas demais coordenadorias regionais. Fique atento(a) ao calendário e participe!

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Luana Lima

Jornalista

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