Sindojus promove a primeira edição do Encontro de Coordenadores das Ceman’s do Ceará
A iniciativa busca inserir o papel dos coordenadores em metodologias de gestão participativa, em sintonia com as diretrizes do TJCE
O Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) realizou, no último dia 3 de outubro, o 1º Encontro de Coordenadores das Centrais de Cumprimento de Mandados Judiciais (Ceman’s) do Ceará. O evento reuniu oficiais e oficialas de Justiça coordenadores, além de representantes das comarcas do Interior e da Capital, para discutir gestão, padronização de rotinas e estratégias de otimização do trabalho a serem implementadas nas Centrais.
A iniciativa busca inserir o papel dos coordenadores em metodologias de gestão participativa, em sintonia com as diretrizes do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE). O encontro foi conduzido pelo Oficial de Justiça Rafael Rabelo, coordenador da Ceman de Juazeiro do Norte e ex-coordenador da Central de Santa Quitéria, que vem adotando práticas voltadas ao aprimoramento da gestão e à implementação de modelos organizacionais mais eficientes nas comarcas onde atuou, contribuindo para a redução do acúmulo de mandados e atenuando a sobrecarga de trabalho.
Segundo Rafael, o encontro teve como foco discutir a gestão das Centrais de Mandados sob a perspectiva do gestor, com ênfase no planejamento estratégico, na comunicação com as unidades judiciárias e na observância aos normativos que regulam a expedição e o cumprimento dos mandados. “Discutimos também formas de aperfeiçoar a gestão do acervo de mandados em cada Ceman, bem como os regulamentos que disciplinam as regras de expedição e cumprimento”, explicou.
O facilitador destacou que o grupo também refletiu sobre a forma como as Centrais podem se inserir nas iniciativas institucionais do Tribunal de Justiça, especialmente dentro do Planejamento Estratégico 2030 do TJCE. “Foram aventadas algumas possibilidades para que esse Encontro de Coordenadores se consolide como um fórum permanente, no qual possamos atuar de forma proativa e propositiva junto à gestão do Tribunal”, completou Rafael.
Ele acrescentou que foi debatida a necessidade de reconhecimento formal da função de coordenador das Centrais de Mandados, uma vez que o papel já é exercido de fato, mas ainda carece de previsão formal na estrutura do TJCE. “Este foi apenas o primeiro de muitos encontros. A intenção é torná-los periódicos, assim como já ocorre entre os diretores de unidades jurisdicionais”, concluiu, ressaltando a importância da gestão e do planejamento estratégico para o fortalecimento das Ceman’s.
Durante o evento, também foi apresentado um formulário diagnóstico, a ser preenchido pelos integrantes, que permitirá mapear o funcionamento de cada Central, identificando gargalos e subsidiando a elaboração de estratégias de melhoria. Os dados obtidos servirão de base para a estruturação de um projeto unificado de fortalecimento das Ceman’s, a ser encaminhado pelo sindicato à administração do TJCE.
De acordo com o diretor jurídico do Sindojus-CE, Carlos Eduardo Mello, a proposta é desenvolver uma metodologia de gestão estruturada, conduzida pelos próprios Oficiais de Justiça coordenadores e adaptada à realidade de cada comarca. Segundo ele, “a ideia é alcançar uma atuação mais produtiva e, consequentemente, reduzir o esforço daqueles que estão à frente da gestão das Centrais de Mandados. Queremos construir um projeto coletivo que reconheça oficialmente a importância do coordenador e contribua para o fortalecimento da estrutura e otimização das Ceman’s”, destacou.
O diretor explicou ainda que a programação prevê a realização de novos encontros trimestrais e reuniões virtuais, nas quais serão formados subgrupos temáticos voltados à discussão de questões normativas, à análise da infraestrutura das unidades e ao aperfeiçoamento dos processos de gestão. “O objetivo é alinhar o trabalho em todas as unidades, buscando resultados expressivos tanto na melhoria da prestação jurisdicional quanto na valorização e no bem-estar dos Oficiais de Justiça”, acrescentou.
O vice-presidente do Sindojus-CE, Edisoneudson Guerra, ressaltou o caráter integrador do evento. Segundo ele, “o simples ato de ouvir os colegas é muito valioso por permitir conhecer as diferentes realidades das comarcas e compreender melhor os desafios enfrentados em cada uma delas”. Para o dirigente, o compartilhamento de experiências bem-sucedidas é um dos caminhos para a melhoria contínua das Ceman’s. “Essas boas práticas, aquilo que está funcionando bem em uma comarca, podem servir de referência para verificarmos se também dariam certo na nossa Central, respeitando as especificidades de cada região”, completou.
Edisoneudson destacou ainda a criação de um grupo de WhatsApp entre os coordenadores, que permitirá manter o diálogo de forma permanente e o acompanhamento contínuo das ações desenvolvidas nas Centrais, fortalecendo a integração e o compartilhamento de informações entre as comarcas.
Entre os assuntos abordados, esteve também o enfrentamento do assédio no ambiente de trabalho. Edisoneudson, que integra a Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação do TJCE, apresentou sugestões sobre a ampliação das ações da comissão. O dirigente sugeriu a realização de palestras em algumas comarcas, especialmente nas maiores, para orientar sobre como as secretarias podem cooperar e contribuir com o trabalho dos Oficiais de Justiça.
Encerrando o encontro, o presidente do Sindojus-CE, Vagner Venâncio, destacou o simbolismo do evento como ponto de partida para uma nova fase de cooperação entre os coordenadores e o sindicato. Segundo ele, “este primeiro encontro representa o início de um ciclo de diálogo permanente, que vai fortalecer a integração entre as Centrais e consolidar uma gestão colaborativa. É ouvindo quem está na linha de frente que conseguiremos aprimorar as condições de trabalho e contribuir para uma Justiça mais célere e efetiva”.
Vagner enfatizou que o sindicato continuará promovendo espaços de formação, debate e construção coletiva. “Nosso compromisso é permanente com a valorização dos oficiais e oficialas de Justiça, com a defesa das Ceman’s e com a busca por um modelo de gestão que reflita a importância do nosso trabalho no sistema de Justiça”, concluiu.

Foto: Luana Lima (Sindojus-CE)

Arte: Sindojus-CE