Dia Internacional

Sindojus adere ao movimento por uma sociedade com menos estereótipos e mais oportunidades às pessoas com Síndrome de Down

A data busca conscientizar a população sobre questões relacionadas à inclusão das pessoas com Down e combater o capacitismo – discriminação contra pessoas com deficiência

21/03/2024
No registro, Pedro, de 5 anos, filho de Rosette Correia Lopes e do Oficial de Justiça Ricardo de Melo Lopes. Foto: Arquivo familiar.

Menos estereótipos, mais oportunidades” é o tema da campanha do Dia Internacional da Síndrome de Down de 2024, celebrado nesta quinta-feira, 21 de março. A data busca conscientizar a população sobre questões fundamentais relacionadas à inclusão das pessoas com Down e combater o capacitismo – discriminação contra pessoas com deficiência na sociedade. O Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) adere a esse movimento por uma sociedade com menos estereótipos e mais oportunidades para as pessoas com Síndrome de Down.

Para tratar sobre o tema, a entidade conversou com a advogada e assessora parlamentar Rosette Correia Lopes, mãe da Paula, de 7 anos, e do Pedro, de 5 anos, que tem Síndrome de Down. Ela reforça que é preciso desmistificar algumas falas relacionadas a quem tem Down, entre elas, essa visão de que são puro amor, eternas crianças, anjinhos. “Isso não existe, são pessoas como qualquer outra, que têm sentimentos, raiva, preferências e querem ter a oportunidade de mostrar que são capazes. Elas podem ocupar qualquer lugar”, enfatizou.

Rosette mencionou o exemplo de William Vasconcelos, que em 2017, aos 21 anos, foi aprovado em Direito na cidade de Sobral, situada na região do Vale do Acaraú, no Ceará. O jovem, que tem síndrome de Down, sempre sonhou em ser advogado e garante que, independente das suas limitações, exercerá a futura profissão.

É preciso combater o capacitismo

“As pessoas têm que entender que eles são capazes. Precisamos derrubar esse capacitismo, que é o preconceito contra a pessoa com deficiência. Eu sei que não é um tema que toca todas as pessoas, mas é difícil a gente fazer uma mudança quando não consegue atingir grande parcela da sociedade”, observou a advogada.

Para conseguir a verdadeira inclusão é necessário compreender que se trata de uma questão de humanidade, diz Rosette. “Inclusão não é uma rampa, não se resume a uma pessoa com deficiência física, a um cadeirante, os lugares têm que ser inclusivos e isso deve ser o nosso trabalho diário. Imagine chegar em um lugar que você não fala a língua e não entende os costumes, você fica completamente perdido, isso acontece muito com as pessoas com deficiência, com as crianças com deficiência, principalmente na escola, então a gente tem que começar a educar os nossos filhos desde pequenos, porque criança não tem preconceito”, frisou.

A advogada acrescenta que não adianta vestir camisas com frases de efeito, calçar meias trocadas coloridas, pingentes com o laço azul e amarelo sem buscar reeducar a todos que estão à nossa volta. Ela defende que a educação deve começar pelos adultos, que é quem cria e forma crianças.

Dafne Alves, Oficiala de Justiça lotada na Central de Cumprimento de Mandados Judiciais (Ceman) de Fortaleza e mãe da Lícia, de 5 anos, acrescenta que a Síndrome de Down não retira a maravilha da infância. “Os pais precisam acreditar no potencial dos seus filhos e investir o seu máximo como em qualquer outro filho”, observa.

Significado e origem do termo

O termo “síndrome” significa um conjunto de sinais e sintomas e “Down” se refere ao sobrenome do médico pediatra inglês John Langdon Down, primeiro a descrever clinicamente a associação dos sinais característicos das pessoas com SD, em 1866.

A Síndrome de Down (SD) ou trissomia do cromossomo 21 é uma alteração genética causada por um erro na divisão celular durante a divisão embrionária. Os portadores da síndrome, em vez de dois cromossomos no par 21 (o menor cromossomo humano), possuem três. Apesar da origem da SD ser desconhecida, ela é a alteração cromossômica mais comum em humanos e a principal causa de deficiência intelectual na população.

Crianças com Síndrome de Down precisam ser estimuladas desde o nascimento para que sejam capazes de vencer as limitações que essa alteração genética lhes impõe. Como têm necessidades específicas de saúde e aprendizagem, exigem assistência profissional multidisciplinar e atenção permanente dos pais. O objetivo deve ser sempre habilitá-las para o convívio e a participação social.

De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil nasce uma criança com SD a cada 600 a 800 nascimentos, independentemente de etnia, gênero ou classe social.

Dafne Alves, Oficiala de Justiça da Central de Cumprimento de Mandados Judiciais (Ceman) de Fortaleza, acrescenta que a Síndrome de Down não retira a maravilha da infância. “Os pais precisam acreditar no potencial dos seus filhos e investir o seu máximo como em qualquer outro filho”, observa.

Sobre a data

A data comemorativa nacional foi instituída pela Lei nº 14.036/2022 que, em seu parágrafo único estabelece: “Os órgãos públicos responsáveis pela coordenação e implementação de políticas públicas voltadas à pessoa com Síndrome de Down são incumbidos de promover a realização e divulgação de eventos que valorizem a pessoa com Síndrome de Down na sociedade”.

O Dia Internacional da Síndrome de Down é um momento de conscientização global oficialmente observado pelas Nações Unidas desde 2012.

políticas públicasDia Internacional da Síndrome de DownMenos estereótiposmais oportunidadesT21pessoas com DownSindojuscombater o capacitismoSindojus Cearápreconceitocampanhapessoas com deficiênciaconscientizaçãoRosette Correia Lopesinclusão

Luana Lima

Jornalista

SIGA-NOS:

Deixe seu Comentário

Você deve estar logado para fazer um comentário. Clique aqui para entrar.