“O voto é um dever de boa escolha, da melhor escolha para o país”, destaca o ex-presidente do STF Ayres Britto
Fala ocorreu durante a abertura da terceira edição do Congresso Nacional dos Oficiais de Justiça (Conojus). O evento foi realizado, nos dias 24 e 25 de março deste ano, em Minas Gerais
Neste domingo (2), mais de 156 milhões de eleitores deverão ir às urnas escolher os seus representantes políticos na disputa para os cargos de presidente da república, governador, senador, deputado federal, deputado estadual ou distrital. Com a proximidade do pleito, considerado o mais importante da história do país, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) resgata trechos do painel do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, durante a abertura do III Congresso Nacional dos Oficiais de Justiça (Conojus) – evento realizado nos dias 24 e 25 de março deste ano, em Minas Gerais –, cujo tema foi “A democracia como princípio maior da Constituição brasileira”.
Na visão do jurista, quem não tem passado ético não pode representar o povo. “Candidatura significa candura, ou seja, pureza, limpeza ética”, disse. Defendeu ainda o modelo de votação adotado no Brasil, o eletrônico. “A urna eletrônica é o mecanismo mais avançado do mundo. A urna eletrônica brasileira é um modelo para todo o mundo. Ela se destina a assegurar que quem votar em determinado candidato não terá o seu voto desviado. Aquele voto será recolhido, computado e totalizado com absoluta fidedignidade”, afirmou.
“O eleitor que sufraga um candidato que não merece estar ali é um juiz que está traindo o seu dever de consciência, de imparcialidade, de equanimidade. O voto é um deve de boa escolha, é um dever da melhor escolha para o país”, frisou o ex-ministro.
Fez ainda uma analogia dizendo que o processo eleitoral corresponde a um concurso público, em que há candidatos e juízes, e os juízes seriam os eleitores. “O eleitor que sufraga um candidato que não merece estar ali é um juiz que está traindo o seu dever de consciência, de imparcialidade, de equanimidade. O voto é um deve de boa escolha, é um dever da melhor escolha para o país”, frisou.
Antes de encerrar a fala, o ex-ministro disse que esperava ter contribuído para robustecer em todos a confiança na democracia, que, na sua visão, é o único regime político que “presta”. “Não há nenhum outro regime que se equipare a democracia. Fora da democracia se tem medo”, destacou. E defendendo a república, que seria a transitoriedade do exercício dos cargos, salientou que política não é profissão.
“Quando o país permite que os políticos se tornem profissionais ele está andando de costas para a ideia de república. Com a república chega um tempo em que todo o cargo tem o direito de ver o seu ocupante pelas costas. E a eleição se destina com a possibilidade de premiar os bons e castigar os que não estiveram à altura do exercício dos cargos públicos. Os bons serão reconduzidos e os que ficaram aquém da dignidade dos cargos políticos respectivos não serão reeleitos, é para isso que existe eleição”, finalizou sendo ovacionado pelo público presente.
Legislativo
Além de votar para presidente e governador, os brasileiros vão eleger novos deputados e renovar um terço do Senado Federal. Ciente do papel que o legislativo exerce, o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE), Vagner Venâncio, alerta para a importância de escolher com cuidado quem estará no Congresso Nacional, visto que é lá onde são definidas as leis e o orçamento para saúde, educação e pautas que afetam diretamente o cotidiano das pessoas.
E reforça que, neste domingo, todos compareçam às sessões eleitorais e votem com consciência, exercendo a sua cidadania, fortalecendo a democracia. “Saiamos de casa para ir às sessões eleitorais com tranquilidade, serenidade e muita firmeza na escolha daquele que você acha mais justo e correto para representar os interesses do povo, do Estado e do país, portanto, compareça às urnas, exerça a sua cidadania, vote, vamos fortalecer a democracia”, ressaltou.
Confira trecho do painel ministrado pelo ex-ministro: