Morre, aos 38 anos, o Oficial de Justiça Maikon Gomes Coutinho, da comarca de Ibicuitinga
O presidente do Sindojus, Vagner Venâncio, decretou luto oficial de três dias. O oficial, que tomou posse em outubro de 2011, deixa uma filha de 1 ano e 11 meses
A categoria dos Oficiais de Justiça está de luto. Foi com profundo pesar e estarrecimento que o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) tomou conhecimento, na noite de ontem, da morte do Oficial de Justiça Maikon Gomes Coutinho, aos 38 anos, completados no último dia 1º de maio. O velório está sendo realizado no Complexo Renascença, em Tauá, cidade natal do Oficial de Justiça; a missa será na Igreja Matriz, em horário a ser confirmado; e o sepultamento neste domingo (8), às 8 horas, no Cemitério Municipal.
Maikon deixa uma filha de 1 ano e 11 meses. Em agosto de 2020, ele chegou a ser homenageado na matéria do Dia dos Pais do Sindojus e relatou a felicidade com a chegada da primeira filha, que nasceu no dia 15 de junho, em meio à pandemia da Covid-19. “Ainda estou em fase de adaptação, mas estou amando a experiência. É algo novo, cansativo, mas muito gratificante. Só quando a gente vive é que entende esse sentimento de amor e dedicação”, disse à época.
Maikon, que é filho do ex-vereador de Tauá, Antônio Coutinho, e primo do deputado federal Domingos Neto (PSD), era Oficial de Justiça há 10 anos. Ele tomou posse, em outubro de 2011, na comarca de Barbalha. Em dezembro de 2014 foi removido para Antonina do Norte. E, em março de 2018, passou a ter lotação em Ibicuitinga.
Vérica Sales, com quem Maikon se casou no último mês de abril, conta que ele sempre foi muito alegre, carismático, educado e cordial. “A melhor pessoa que eu já conheci na vida, um homem companheiro, carinhoso, sempre disposto a ajudar as pessoas. Está sendo muito difícil”, comentou.
Luto Oficial
O presidente do Sindojus, Vagner Venâncio, decretou luto oficial de três dias. Enquanto se deslocava para Tauá na tarde de hoje, destacou que foi com muita tristeza que recebeu a notícia do falecimento de Maikon. “A entidade espera que as autoridades policiais façam a devida investigação para saber a motivação desse ato extremo, assim como que o Tribunal de Justiça reveja essa questão do excesso de trabalho, cobranças reiteradas por parte de magistrados e ameaças de PAD, que têm adoecido a categoria”, fez o apelo.
Comoção
A morte do oficial gerou comoção na categoria. “Acordando na madrugada e vejo uma notícia tão triste como essa do Maikon. Que Deus conceda descanso à alma do colega e console sua família”, disse uma oficiala.
“Estamos todos imensamente tristes com a morte inesperada do Maikon. Eu, talvez, mais. Ele iniciou a sua labuta em Barbalha e tive o privilégio de acompanhá-lo em diversas diligências. Como pessoa sempre foi muito tranquilo e ponderado. E como profissional bastante empenhado e motivado. Brincávamos dizendo que ele foi o único servidor de Barbalha que fizeram despedida, quando foi removido daqui, tamanho era o seu carisma. Ele lidava tão bem com os magistrados que certa vez brincou com um juiz dizendo que tinha o melhor emprego do mundo. Eu, daquele dia em diante, passei a acreditar naquelas palavras e nunca mais reclamei da nossa profissão, mas hoje os tempos são outros. As agruras são muitas, os desafios intensos e a cobrança é cruel”, desabafou outro oficial.
Solidariedade
O Sindojus, em nome de todos os Oficiais e Oficialas de Justiça do Estado, lamenta profundamente tão irreparável perda e roga a Deus que conforte o coração dos familiares e amigos de Maikon Gomes Coutinho nesse momento de dor profunda.
Nota TJCE
Por meio de nota, o TJCE lamentou profundamente o falecimento do Oficial de Justiça, ocorrido na última sexta-feira (6), no Fórum da comarca de Quixadá. “Maikon deixará muitas saudades entre todos os colegas que tiveram a honra de trabalhar com a excelente pessoa e profissional que ele foi. Nossas sinceras condolências aos familiares e amigos nesse momento de luto”, diz trecho da publicação, que acrescenta, ainda, que o judiciário cearense colabora com as investigações para apurar as circunstâncias da morte.
Saúde mental
Saúde mental é coisa séria, precisamos falar sobre isso. Sensação de vazio ou tristeza, falta de vontade de realizar atividades que antes lhe davam prazer, falta de energia e cansaço constante, irritabilidade, dores e alterações no corpo, insônia, perda de apetite, dificuldade de concentração, pensamento de morte ou suicídio, abuso de álcool e drogas e lentidão são alguns sintomas de depressão. Caso se identifique com alguns deles, procure ajuda, pois para todo problema há solução.
Em Fortaleza, esse apoio é prestado pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e por unidades como o Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM) e o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). É feito atendimento também no Programa de Apoio à Vida (PRAVIDA) da Universidade Federal do Ceará (UFC): (85) 3366.8149 e (85) 98400.5672. E de forma remota pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), por meio do número 188 ou pelo site www.cvv.org.br.
Nos casos de urgência e emergência, deve-se acionar a Polícia Militar do Ceará (PMCE) pelo 190, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no 192 ou o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) no 193.