Acumulado de perdas salariais dos servidores estaduais já soma 20,64%
Sem reposição, a inflação reduz drasticamente o poder de compra de itens fundamentais. Em Fortaleza, os servidores municipais já obtiveram sua reposição salarial em 1º de janeiro
Neste 1º de maio, os servidores públicos estaduais não têm muito que comemorar. Apesar de a data base ter sido dia 1º de janeiro, até o momento o governador Camilo Santana não se pronunciou quanto à revisão salarial. De acordo com levantamento feito pelo Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais (Fuaspec), o acumulado de perdas salarias de 2015 a 2018 já soma 20,64%.
No dia 5 de abril, o Fuaspec chegou a publicar nota nos jornais O Povo e Diário do Nordeste denunciando que, mesmo com superávit orçamentário de R$ 1,48 bilhão nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o governo impõe arrocho salarial aos servidores. Apesar de duas tentativas, os representantes do Fórum Unificado ainda não foram recebidos por Camilo Santana. Para agravar a situação, em dezembro de 2016 o governador se antecipou ao governo federal e aumentou a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%.
Sem reposição salarial, a inflação reduz drasticamente o poder de compra de itens fundamentais. Em Fortaleza, os servidores municipais já obtiveram sua reposição salarial em 1º de janeiro.
Cobrar
“Nós não estamos pedindo reajuste salarial, estamos pedindo a correção para repor o nosso poder de compra corroído com a inflação dos anos anteriores, então, neste 1º de maio, uma das nossas bandeiras de luta é cobrar o governo do estado do Ceará a pagar a reposição inflacionária”, destaca o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE), Vagner Venâncio.
O representante da categoria dos Oficiais de Justiça acrescenta que os trabalhadores já sofreram forte ataque com a Reforma Trabalhista, que basicamente baniu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e tirou a força da Justiça do Trabalho. Nela, os servidores públicos também foram atingidos, no momento em que prevê a terceirização da atividade fim, o que acarretará no esvaziamento da realização de concursos públicos. Agora, os servidores sofrem nova tentativa de retirada de direitos com a Reforma da Previdência, que praticamente tira o direitos dos trabalhadores de se aposentar. “A luta e a resistência são o único caminho”, reforça.