Oficiais e oficialas da Sejud Crajubar recebem suporte do Sindojus para utilização do SAJ
Visita foi realizada no período de 26 a 28 de junho. Os problemas relatados serão repassados à administração do TJCE visando a uma melhor utilização do sistema por parte da categoria
Cumprindo compromisso assumido com oficiais e oficialas da região do Cariri, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) esteve, no período de 26 a 28 de junho, nas comarcas de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha – que compõem a Secretaria Judiciária Regional (Sejud) Crajubar –, dando suporte à categoria no que diz respeito à utilização do Módulo de Mandados do SAJ. Para prestar os esclarecimentos, o funcionário do Sindojus Anderson Costa foi à região acompanhado do presidente Vagner Venâncio e do diretor Jurídico Carlos Eduardo Mello.
Rúbia Nepomuceno, oficiala da comarca de Crato, elogiou a iniciativa e já solicitou que novas visitas sejam realizadas. “Gostaria de parabenizar o sindicato por ter vindo e trazido ao Cariri o Anderson para nos dar uma luz, pois estávamos operando o sistema da Ceman digital sem nenhum treinamento ou assistência e o tutorial e as dicas que ele nos deu vão facilitar e muito o nosso trabalho”, destacou. Ela reclamou que, da parte do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), só foi ofertada uma aula e quando o sistema ainda não estava nem funcionando. “Foi uma exposição muito simplória do sistema, sem nenhuma aplicação prática”, criticou.
A oficiala sugere que a Softplan realize um curso para os servidores da Sejud Crajubar visando a sanar os erros que ainda estão ocorrendo, a exemplo de mandados lançados na fila errada. Em outra situação, em vez de irem para ‘aguardando recebimento’ vão para ‘aguardando cumprimento’. “Um erro da secretaria interfere no nosso trabalho e se não cumprirmos os mandados os processos vão ficar parados”, observou Rúbia.
Capacitação
A queixa é a mesma do oficial João Paulo de Brito, da comarca de Barbalha. “Teve um dia que o tribunal colocou como se fosse treinamento, mas foi muito sucinto, portanto, na prática não houve capacitação. A gente nunca tinha tido contato com o sistema, foram mostrados só uns slides, por isso a importância da vinda do Sindojus. Quem tirou as nossas dúvidas e ajudou no que realmente a gente precisava foi o sindicato”, ressaltou. Ele acrescentou que há despreparo tanto por parte dos Oficiais de Justiça quanto dos servidores da Sejud.
“Fica todo mundo meio perdido, eles erram e não sabem corrigir, a gente erra e também não sabe consertar. Foi importante a vinda do Anderson, porque ele conhece a fundo o sistema. Estamos meio que abandonados pelo tribunal, não há suporte com relação a uma dúvida que venha a surgir. Quando aparece algum erro da Sejud, nós não sabemos como resolver. O sistema foi implantado na marra. Então, apesar do curto tempo, esse apoio do sindicato foi fundamental, espero que sejam realizadas novas visitas. Algumas situações a gente nem mencionou e o Anderson já se antecipou esclarecendo, então foi realmente muito importante”, reiterou.
Carência
César Ferreira, da comarca de Juazeiro do Norte, disse que o suporte prestado pelo sindicato foi excelente. “O Anderson passou a tarde nos explicando o funcionamento do sistema, fizemos até um vídeo para repassar aos demais colegas que não puderam comparecer, foi bastante proveitoso”, exaltou. Ele reclamou, porém, da significativa carência e disse que a comarca, que deveria ter 20 Oficiais de Justiça, está com apenas dez, o que tem gerado uma enorme sobrecarga de trabalho.
Dificuldades
Anderson Costa destacou que o básico a categoria sabe, mas se tiver um comprovante para anexar à certidão nos autos, eles já não sabem como proceder. No caso dos mandados inexistentes, também não sabiam manusear. O funcionário ensinou ainda a configurar a grade dos mandados organizando pela data de audiência. Para facilitar a utilização do sistema, cada um recebeu uma apostila com prints das telas orientando o passo a passo.
“Eu ensinei mais como eles podem se sair de um erro no sistema e, o mais importante, que está gerando bastante problema, foi a situação dos mandados fora de rota. Ensinei a colocar fora de rota com a observação, senão a Ceman não tem como saber de quem é o mandado”, salientou. Outra orientação prestada foi para colocar os mandados físicos no digital sem ter que ir à secretaria entregar o mandado.
Ponto que chamou a atenção durante as visitas às comarcas foi a estrutura precária para que oficiais e oficialas possam trabalhar com o SAJ. Em Juazeiro do Norte, só tem dois computadores para dez oficiais e oficialas, e apenas uma impressora. O mesmo ocorre em Barbalha. No Crato, a Ceman, que era para ter a sala mais estruturada, é a que conta com pior estrutura. Nela a categoria, assim como a coordenadora Marília Costa, precisa compartilhar uma única impressora com toda a secretaria.
Encaminhamentos
Além do trabalho desenvolvido com oficiais e oficialas de Crato, Juazeiro e Barbalha o Sindojus se reuniu com a chefe da Central de Gestão de Mandados da Sejud Crajubar, a oficiala Marília Costa; com o diretor da Sejud, Alexandre Santiago; e com o supervisor da Área de Processamento, Gianfrancesco Cassimiro Pereira. Na ocasião, foram repassados todos os problemas que vêm sendo enfrentados pela categoria com relação ao sistema, bem como à falta de estrutura de pessoal na Central e nas salas dos Oficiais de Justiça.
Nos próximos dias, o Sindojus deverá se reunir com o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargador Washington Araújo, e com o supervisor da Sejud, juiz Ângelo Bianco Vettorazzi, para que seja dado encaminhamento às demandas apresentadas com intuito oferecer melhores condições ao trabalho desenvolvido pelos oficiais e oficialas da Sejud Crajubar.