Sindojus deseja Feliz Dia das Mulheres a todas as oficialas
A diretoria do Sindojus deseja a todas as oficialas de Justiça, mulheres guerreiras que desempenham com maestria todos os papéis que lhe cabem, um feliz Dia da Mulher!
São inegáveis as conquistas alcançadas pelas mulheres ao longo das últimas décadas. Porém, muitas barreiras ainda precisam ser superadas. Apesar de estarem inseridas no mercado de trabalho, continuam ganhando menos que os homens e encontrando dificuldade de chegar aos cargos de liderança. Na política, por exemplo, possuem representação menor. O maior desafio da mulher moderna é ter de conciliar o trabalho com as atividades de casa, o papel de ser mãe, esposa e ainda arrumar tempo para si.
Em maio de 1975, quando o cenário não era tão progressista, Margarida Brasil foi a primeira mulher a assumir o cargo de oficiala de Justiça. Em um ambiente até então formado exclusivamente por homens, ela chegou e, de igual para igual, desempenhou o seu papel, sem deixar a desejar em nada. Ainda na ativa comenta que, na ocasião, como era acadêmica de Direito, não sentiu dificuldade com relação ao exercício da profissão, entretanto, nas diligências, quando se identificava como oficiala, as pessoas costumavam levar um susto.
“Assumi bem novinha, aos 18 anos. As pessoas me chamavam para trabalhar no Fórum, pois diziam que eu teria de ir às ruas sozinha, mas eu respondia que tinha passado no concurso para oficiala, então encarei o desafio e sempre desempenhei muito bem o trabalho”, destaca. Apesar da situação já ter melhorado, de vez em quando, por ocasião de diligências mais delicadas, ainda escuta comentários do tipo: “ela é mulher, não faz esse tipo de serviço”.
Autoridade
Para Margarida, o fato de ser mulher não atrapalha, pelo contrário, ajuda na hora de explicar para o jurisdicionado o que está acontecendo, no sentido de evitar maiores problemas. A autoridade na diligência é a mesma dos homens. Contudo, a forma de falar é mais cuidadosa. E se o diálogo não resolver, diz que não pensa duas vezes antes de acionar a força policial, igualmente à conduta dos homens.
Já houve caso em que, por conta própria, suspendeu a ordem de um despejo. Isso porque a proprietária do imóvel, uma senhora de idade, passou mal ao saber que perderia o lar. “Ela caiu para trás. Felizmente, não aconteceu nada pior”, recorda. Em seguida, informou ao juiz a conduta que adotara. Dois dias depois, retornou ao local e deu cumprimento à decisão judicial.
Sem se arrepender da profissão que escolhera, a oficiala recomenda a todas as mulheres, das mais diversas áreas, que desempenhem o seu papel com amor e dignidade. “Estou com 38 anos de profissão. Em breve vou sair, mas ciente de ter exercido a profissão com dignidade e coragem”, salienta.
Felicitações
A diretoria do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus), por meio do relato da história de vida de Margarida Brasil, deseja a todas as oficialas de Justiça, mulheres guerreiras que desempenham com maestria todos os papéis que lhe cabem, um feliz Dia da Mulher!