Neste ano de 2020, o Dia das Mães será atípico. Em vez dos tradicionais encontros de família com abraços calorosos e trocas de presentes, as comemorações serão mais reservadas e o pedido das mamães é um só: saúde para todos. É esse o desejo da oficiala Jamille Andrade, de Fortaleza. Ela, que tem uma bebê de quatro meses, comenta que a sua única preocupação é em se manter saudável e proteger a filha. “Não me importo comigo, a minha preocupação é com ela. Tenho medo que contraia essa doença. Quero que ela cresça forte e saudável”, disse. Depois que passou a ser mãe, Jamille conta que muita coisa mudou em sua vida. Toda a perspectiva que tinha de mundo e as prioridades mudaram. “Hoje, todo o meu pensamento é voltado para ela. Tudo o que eu faço é pensando no bem dela”, afirma.

Ensinamentos

Depois de toda a espera pelo momento ideal e dos planejamentos feitos, a oficiala Lorena Conti, lotada na comarca de Aracati, foi surpreendida com uma gestação em meio à pandemia do novo coronavírus. Apesar dos desafios, ela diz que está sendo um momento de reflexão, de buscar se tornar uma pessoa melhor, mais paciente e calma.

“Eu sou bem acelerada, então tudo isso que a gente está passando não deixa de ser uma forma de treinamento, de preparação para a chegada dela. A Clara veio literalmente pra clarear as nossas vidas. Tudo isso está sendo um incentivo a mais para os meus pais continuarem em quarentena. Eles se apegam ao fato de que não podem adoecer, porque está vindo a primeira netinha. Ela veio ensinar muita coisa. Está sendo um momento de transformação importante”, frisa.

“Quero ficar com a saúde em dia para se Deus quiser quando ela chegar tudo isso ter passado e a gente poder aproveitar, fazer os passeios, curtir com a família”, desejou Lorena Conti

Mãe de primeira viagem, Lorena diz que, neste momento, só consegue pensar na filha. O trabalho, os cuidados com a alimentação, com a saúde, tudo é para ela. Então, pelo menos durante a gestação, que é a sua experiência materna, ela acredita que ser mãe é se doar. E, em meio a esse caos, passou a priorizar outros valores que pretende passar à filha quando tudo isso passar. “Estou vendo que o que realmente importa é família, união, solidariedade, empatia, são valores que eu quero que ela aprenda, porque estou aprendendo para valer nesse período”, disse.

Apesar de todo dia ser uma nova descoberta sobre a maternidade, Lorena comenta que só pensa em ficar bem e se resguardar para a filha. “Quero ficar com a saúde em dia para se Deus quiser quando ela chegar tudo isso ter passado e a gente poder aproveitar, fazer os passeios, curtir com a família”, desejou.

Satisfação

Se dizem que ser avó é ser mãe duas vezes, a oficiala Socorro Barros, de Maracanaú, é afortunada. Mãe de três homens, ela ainda foi agraciada pela vida com um neto de 13 anos e uma netinha de 10. Sem cerimônias, confessa que a caçula é a princesinha que não tinha. “Com ela é aquele grude. Se dependesse da Vitória, ela não saia mais aqui de casa, ficava aqui para sempre. Ela diz que a comida de avó e tudo mais de avó é melhor”, destaca orgulhosa. Para Socorro ser mãe envolve a questão do cuidar, o que é difícil para algumas pessoas, mas, no caso da mãe, tem que tornar possível. “Você é sozinha e, de repente, tem mais alguém para fazer parte da sua vida. Os meus filhos já são grandes, mas até hoje a gente sempre está cuidando”, observa.

Assim como as oficialas Jamille e Lorena, Socorro diz que, para este ano, o único pedido que faz é por saúde. “A gente só faz mesmo rezar e pedir a Deus para passar esse período e a gente estar vivo, com saúde. É só o que eu peço a Deus”, ressalta.

Homenagem

Por meio do relato e da história de vida dessas três Oficialas de Justiça, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) presta homenagem às oficialas mamães de todo o Estado. Que seja uma data repleta de amor, união e harmonia.