“Ser pai é viver o dom do amor, a doação, é estar com o coração pleno”, destaca o Oficial de Justiça Renan Bezerra
O Sindojus entrevistou alguns Oficiais de Justiça para saber o que representa para eles a paternidade. Confira os relatos e a homenagem prestada pela entidade a todos os pais
O que é ser pai? Neste ano, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) entrevistou alguns Oficiais de Justiça para saber o que representa para eles a paternidade. Para Renan Bezerra, da comarca de Pacatuba, ser pai é viver o dom do amor, a doação, é estar com o coração pleno. Formar uma família sempre foi o seu sonho de vida, os projetos de ter um cargo no serviço público e demais planos vieram depois. Em 2013, depois de dois anos de casado, veio o Mateus, primeiro filho dele e da esposa. “Foi aquele amor, aquela dedicação, descoberta, aprendizados, os desafios de cuidar daquela vida, tão dependente de você no começo, sem qualquer autonomia, mas ao mesmo tempo que era desafiador, era um cansaço bom”, observa.
Com o passar do tempo, o filho Mateus começou a pedir um irmão ou irmã. Ele e a esposa sempre planejaram ter mais de um filho e, há três anos, engravidaram e foi uma grande emoção para toda a família. Contudo, a gravidez não se desenvolveu e acabaram tendo esse sonho interrompido. Ainda assim, o filho continuava pedindo uma companhia. Alegava que todos os primos tinham irmãos e, portanto, também queria um. Continuaram as tentativas e, quando já não estavam mais esperando, descobriram que a sua esposa estava grávida. Renan relata que o primeiro sentimento que veio em seu coração foi de gratidão a Deus por ter lhe proporcionado a experiência de novamente ser pai.
Gratidão
“Ser pai é, antes de tudo, ser grato a Deus por ele confiar a você uma vida. Aquilo se torna tão valioso, na medida em que você vai acompanhando o crescimento, no qual você só tem que ajudar aquela pessoa a ser a melhor versão dela, acreditar nela, ajudá-la a desenvolver as suas potencialidades, os seus dons. Quando a gente recebeu a notícia da Júlia, de que estava tudo bem, foi uma alegria e o Mateus, que já vai fazer nove anos, mais do que nunca se coloca para ajudar, quer estar perto”, conta.
O ápice foi na última sexta-feira, 5 de agosto, com o nascimento da irmã. E, embora já tenha a experiência de ser pai, Renan confessa que, de certa forma, tudo se torna novo, porque é outra realidade. “Ela veio para coroar, então na sexta-feira brotou no meu coração um sentimento de gratidão a Deus muito grande”, diz.
Renan acrescenta que um filho renova o amor na família e o amor no casal, uma vez que o casal vai ter que se aproximar para viver a parceria de um ser suporte para o outro. “A criança vem para renovar o casamento, vem para renovar o valor da família, o amor do filho, o Mateus está cada vez mais carinhoso, porque quer participar, então a família acaba sendo essa bênção que é para ser”, frisa.
Planos adiados pela pandemia
Os planos do Oficial de Justiça Luis Rafael de Souza, da comarca de Cascavel, ter o segundo filho tiveram de ser adiados por causa da pandemia, mas conta que os dois filhos foram planejados e muito desejados. O mais velho, Luís Eduardo, tem quatro anos, e a caçula, Júlia, três meses. Ele relata que depois que se tornou pai a sua percepção de mundo mudou, ele aprendeu a ter mais paciência e empatia com as pessoas. Além disso, começou a entender melhor a criação de seus pais e a enxergar os fatos com novo olhar.
“Ser pai não é algo que eu possa expressar com palavras, mas é uma grande evolução. É muito gratificante ser pai e estar presente. Muda tudo na nossa vida, gerou uma empatia que eu não tinha com as outras pessoas, uma percepção melhor no trabalho e no pessoal também, das coisas que acontecem na vida”, afirma.
Luis Rafael complementa que, quando está em uma diligência, dependendo da situação, porta-se diferente, procura ver o lado das partes, até porque muitas ordens judiciais envolvem crianças e adolescentes. “A gente muda, torna-se outra pessoa, torna-se melhor”, reforça. Neste domingo, o Dia dos Pais vai ser na casa de seus pais e os pais de sua esposa dele também irão. Ele conta que vai ser uma reunião em família.
“Paivô”
Tem Oficial de Justiça que é pai e avô, ou paivô, como define. É o caso de Aníbal Marcondes Dias, da Central de Cumprimento de Mandados Judiciais (Ceman) de Fortaleza. Ele, que tem duas filhas e cinco netos, fala da diferença de sentimentos e de responsabilidades entre ser pai e avô. “É diferente. Na relação de pai e filho a gente tem uma responsabilidade enorme, com os netos já não se prende tanto a esse aspecto educacional, porque tem os pais para frear, controlar. Com os netos a gente brinca, solta-se, fica realmente mais à vontade, não se limita por aquela preocupação de ter que educar. Enquanto pai a gente procura se policiar, como avô a gente pode ceder aos apelos dos netos, é muito bom”, frisa.
Quanto à paternidade, Aníbal afirma que ser pai foi uma das coisas que o fez crescer como gente e ser humano. “Quando a gente é pai passa a ter outra visão de mundo, transforma a gente em relação à visão de mundo. Tornei-me uma pessoa melhor, mais prudente, mais ponderada, pois eu tinha responsabilidades com os filhos”, disse. Neste domingo, as comemorações vão ser na casa de praia da família. Tudo está sendo organizado pelas suas filhas, para que a família possa celebrar a data com todos reunidos.
Inspiração
Frederico Magalhães, lotado na comarca de Maracanaú, teve como inspiração para escolha da profissão o seu pai, Sebastião Magalhães, Oficial de Justiça aposentado. Mesmo há dez anos na profissão, ele conta que, além de inspirar, o seu pai o auxiliou bastante no início de sua vida laboral. “Quando a gente começa a trabalhar surgem muitos imprevistos que não domina, então ele, com a experiência que tem, ajudou-me bastante”, revela. E mesmo há 10 anos como Oficial de Justiça, Frederico conta que, até hoje, pede orientações a seu Sebastião.
Pai de duas filhas, uma de quatro anos e outra de um anos e seis meses, ele diz que, apesar do trabalho, ser pai é muito bom. As filhas foram planejadas e muito esperadas, sobretudo, depois de uma gestação difícil. Do seu ponto de vista, depois que se tornou pai a felicidade vem de forma mais fácil. “É muito bom, é totalmente gratificante. A gente vê a vida de outra forma, de uma forma mais simples e prazerosa. Ser pai representa dedicação e entrega para o outro, pois você acaba sendo responsável por aquelas vidas”, destaca. Neste domingo, ele comenta as comemorações vão ser em família, com todos juntos em casa com os filhos.
Homenagem
Ser pai é ter o coração tocado todos os dias pelo mais nobre sentimento do amor. Por meio dessas histórias de vida o Sindojus presta homenagem a todos os pais. Que seja uma data repleta de amor, alegrias e gratidão.