Morre, aos 85 anos, o Oficial de Justiça Manoel Antônio de Almeida
Ele tinha 29 anos quando ingressou na carreira de Oficial de Justiça, profissão que exerceu durante 41 anos. O sepultamento ocorreu ao meio dia de hoje no Cemitério Parque da Paz
É com profundo pesar que o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) informa o falecimento, aos 85 anos, do Oficial de Justiça aposentado Manoel Antônio de Almeida. Após 20 dias internado por causa de um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) de grandes proporções, foi a óbito por volta das 23 horas de ontem. Ele deixa a esposa, Diolandiza Lopes de Almeida, com que foi casado durante 56 anos, quatro filhos, duas enteadas, sete netos e três bisnetos. O velório ocorreu na manhã de hoje na Funerária Paz Eterna e o sepultamento, ao meio dia, no Cemitério Parque da Paz.
Orgulho
Seu Manoel Antônio tinha 29 anos quando ingressou na carreira de Oficial de Justiça, profissão que exerceu durante 41 anos, em Fortaleza. Sua filha Nadja Socorro Almeida Prata conta que ele tinha muito orgulho de ser Oficial de Justiça, tanto que só se aposentou aos 70 anos, na compulsória. “Ele era muito dedicado ao trabalho, um homem bastante profissional, que amava a profissão”, disse. Ela disse que quando seu pai ia cumprir um mandado, compadecia-se com as partes de tal forma que aquilo o afetava, então procurava retornar para prestar orientação de como deveriam proceder. Quando a ordem era de despejo, geralmente voltava para casa com dor de cabeça.
E mesmo trabalhando no bairro Cristo Redentor, em uma rota considerada de risco, ia sem medo e era bem recebido pela comunidade. “Apesar de quase sempre levar notícias ruins, ele tinha uma forma diferente de tratar os jurisdicionados, então, mesmo se tratando de pessoas que estão à margem da lei, era tratado com respeito. Até perguntavam se tinha alguma coisa para ele”, comenta a filha.
A diretora dos Aposentados, Margarida Brasil, lamenta a perda de mais um colega. “Que a família tenha conforto e a certeza de que ele está nos braços do Pai. Ele sempre foi uma pessoa serena. Fique em paz, Manoel Antônio, amigo e um profissional dedicado ao trabalho”, disse.
Companheiro
Como pai, Nadja destaca que ela e os irmãos tiveram o grande privilégio de tê-lo como pai. “Ele era pai, amigo, companheiro. Era uma pessoa tão positiva, de espírito tão elevado, que nos preparou para esse momento. Em 2003, ele fez um documento, registrou em cartório e me fez prometer que seria lido no seu velório. Ele não queria sofrimento, apego e tristeza, dizia para a gente não se desesperar e deixa-lo partir em paz, por isso estamos passando com muita serenidade por esse momento”, frisa.
Ainda que não tenha tido filhos biológicos, Nadja destaca que seu Manoel conseguiu lhe oportunizar isso, quando houve a inversão dos papeis. “Passei a ser não só filha, mas a mãe dele. Eu banhava, alimentava, vestia, perfumava, fazia a barba. Não vai ser fácil, ele buscou nos preparar, mas agora esse vazio vai fazer parte das nossas vidas”, ressalta. Na foto de perfil do whatsapp da filha, uma foto que remete a toda a ligação que tinham um com o outro. “Parece que estou segurando a mão dele, mas ele que estava segurando a minha. Foi um momento em que me emocionei e ele me amparou. Essa fotografia significa isso”, concluiu.
Solidariedade
O Sindojus, em nome dos oficiais e oficialas de Justiça de todo o Estado, lamenta profundamente tão significativa perda e roga a Deus que conforte o coração dos familiares e amigos de Manoel Antônio de Almeida nesse momento de dor profunda.