Ex-Oficiais de Justiça tomam posse hoje como magistrados

15/10/2021

Das diligências em sítios e sertões, encarando sol e poeira num estilo similar ao dos motoqueiros, para os tribunais e a toga. Otávio Oliveira de Morais foi Oficial de Justiça durante sete anos na comarca de Assaré. Hoje, ele e a Ex-Oficiala Maria Anita Araruna Correa tomam posse como Juízes de Direito. Otávio será lotado na comarca de Milagres e Anita, na de Alto Santo. Mais dois colegas que, na transição de carreira, levam consigo a experiência, o trato interpessoal e o equilíbrio desenvolvidos na comunicação de atos e decisões do Poder Judiciário.

Desde que assumiu o cargo de Oficial de Justiça, em 9 de janeiro de 2015, Otávio permaneceu na comarca de Assaré, sul do Ceará. Já Anita atuava na comarca de Itapajé até assumir o cargo de promotora no Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA). Agora, retorna ao Ceará como juíza.

“O maior desafio, ao me tornar Oficial de Justiça, foi ter em mente a responsabilidade que a função traz. Nosso trabalho é comunicar pessoas acerca de decisões judiciais, muitas delas contrárias ao interesse do jurisdicionado. E mesmo diante de pessoas que eventualmente sejam ríspidas conosco, procurei sempre agir com muito respeito, serenidade e empatia”, conta Otávio.

O novo magistrado considera a diplomacia a maior qualidade de um Oficial de Justiça. Foi no contato cotidiano com juízes que passou a se interessar pelo universo da magistratura e decidiu prestar concurso. Quanto à mudança de “uniforme” e “escritório”, ele diz que não será um problema. “Normalmente eu já usava roupas formais, nas diligências em área urbana ou localidades mais próximas. Mas quando o destino era um lugar mais afastado, com acesso apenas por estrada carroçável, encarando sol e poeira, aí o padrão era o casaco da foto”, brinca.

Legado

Otávio acredita que o Oficialato o ajudou a ter uma visão mais humana dos processos, tanto pelo trabalho em si quanto pela união que perpassa o relacionamento com os colegas, a quem ele considera uma família. Espera levar para sua nova função o humanismo e a empatia de quem sabe que, para além de um pedaço de papel, mandados, citações e decisões judiciais têm o poder de alterar a vida de pessoas.

“Esse contato com a realidade dos jurisdicionados me trouxe uma compreensão que julgo relevante para aqueles que fazem parte do Poder Judiciário: a de que existem pessoas de carne e osso, com suas necessidades e expectativas, perante a Justiça. Quando estiver numa audiência, olharei para as partes e recordarei que elas tiveram que se deslocar de suas casas, muitas percorrendo grandes distâncias, suportando gastos que podem até fazer falta no orçamento, e farei o máximo para que as expectativas que são depositados no Poder Judiciário sejam correspondidas, ouvindo e buscando dar celeridade aos processos”.

 

 

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