Oficial de Justiça João Bosco André participa como palestrante no IV Seminário do Cangaço em Felipe Guerra
O evento tem como objetivo incentivar a preservação da memória, o debate histórico e a valorização da cultura nordestina.
Nos dias 25 e 26 de abril, ocorreu o IV Seminário do Cangaço em Felipe Guerra no Rio Grande do Norte, realizado no auditório da Câmara Municipal de Felipe Guerra, que este ano teve como temática “Coronéis e Cangaceiros”. O evento, promovido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Evento, contou com o apoio do Governo Municipal e da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC). Na ocasião, estiveram presentes autoridades políticas, representantes, professores, historiadores, pesquisadores da temática regional e alunos da rede pública de ensino.
A solenidade de abertura ocorreu às 9h, com a composição da mesa formada pelo prefeito Salomão Gomes; o vice-prefeito Ubiracy Pascoal; o presidente da Câmara Max Morais e os vereadores Luiz Agnaldo, Pedro Cabral e Paulo Cezar. Também participaram secretários municipais e membros da comunidade.
Um dos destaques do seminário foi a participação do escritor e Oficial de Justiça João Bosco André, atual membro da diretoria do Sindojus-CE, que atuou como palestrante. O dirigente, junto ao bacharel em Direito e servidor da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Francisco Galbi Saldanha, integrou, na manhã do dia 25, a primeira mesa de debate com o tema “República dos Coronéis do Oeste potiguar e do Cariri Cearense”. João Bosco abordou a atuação e o legado histórico dos coronéis do Cariri cearense, com destaque para a figura de Isaías Arruda, influente coronel da região, conhecido por seu envolvimento direto na tentativa de Lampião de invadir a cidade de Mossoró. Em seu discurso, o dirigente abordou o papel político e social do coronel na região do Cariri.
Oriundo de Missão Velha, João Bosco atua na Comarca local e se destaca como pesquisador e memorialista. Foi correspondente da Rádio Iracema de Juazeiro do Norte e do jornal Tribuna do Ceará, além de autor do livro “Documentos para a História de Missão Velha”, um apanhado de 48 anos de pesquisa que traz registros fotográficos e conta a evolução política e religiosa de Missão Velha. Para ele, o evento foi uma oportunidade significativa para refletir acerca do legado histórico do cangaço e dos coronéis do Nordeste. “Para alguém que vem de Missão Velha, no Cariri cearense, participar de um evento dessa relevância histórico-cultural, em outro estado, é algo de muito valor. Sinto-me profundamente honrado em poder ter contribuído e ter representado a minha classe, a dos Oficiais de Justiça”, pontuou.
Filho de Cangaceiro
Durante o IV Seminário do Cangaço, João Batista Souto, filho dos ex-cangaceiros Moreno e Durvinha, emocionou os participantes ao compartilhar o depoimento sobre a trajetória de seus pais. Em sua fala, relembrou a história de luta vivida por eles após deixarem o bando de Lampião e terem de viver sob novas identidades em Minas Gerais. Seu testemunho reforçou a importância de revisitar narrativas nordestinas para compreender o fenômeno do cangaço e os dilemas humanos por trás de figuras históricas.

Registro de João Couto (à esquerda), filho dos ex-cangaceiros Moreno e Durvinha, ao lado do Oficial de Justiça e pesquisador João Bosco (à direita).
O Seminário do Cangaço Felipe Guerra tem como objetivo incentivar a preservação da memória, o debate histórico e a valorização da cultura nordestina. A cada edição, o compromisso com a construção da identidade regional é reafirmando por meio do reconhecimento das narrativas do sertão. O seminário é um espaço que une passado e presente, um momento de troca de saberes e experiências, em prol da valorização da história e dos protagonistas nordestinos.
Confira a transmissão do evento: