Reconhecimento

O que é ser mãe? Confira a homenagem especial do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará

Neste 14 de maio, a entidade traz relatos de Oficialas de Justiça do interior e da capital sobre o que representa para elas a maternidade. Feliz Dias das Mães!

14/05/2023

Dia da Mães é todo dia, mas nada mais justo do que uma data dedicada especialmente para elas que são as responsáveis por gerar vidas. Neste 14 de maio, o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE) conta experiências de Oficialas de Justiça do interior e da capital que relatam que ser mãe é enfrentar desafios; é superar expectativas; é se tornar uma pessoa melhor e lutar para deixar um mundo melhor para os filhos; é ir além das limitações físicas; é saber que a sua melhor parte na verdade não está em você, mas naquela vida que foi gerada; é reconhecer e valorizar ainda mais tudo o que as nossas mães fizeram pela gente; é também sentir, por meio do amor de avó, a vontade de desacelerar para desfrutar com os netos as coisas “desimportantes” da vida.

Ana Karmen Fontelene, lotada na comarca de Chorozinho, Região Metropolitana de Fortaleza, já imaginava que a maternidade seria um desafio, mas confessa que está além. Ela, que já tinha vontade de ser mãe, conta que foi uma surpresa enorme quando descobriu que eram gêmeos. Apesar de ser uma gravidez de risco, conseguiu trabalhar até a véspera do parto. Os filhos, Pedro e Bento, nasceram com 37 semanas e três dias de gestação. E ela, que tinha a percepção de que ser mãe era ser uma pessoa incrível e fazer muito mais do que a gente imagina que é possível fazer, comenta que além de ter a certeza de tudo isso percebe que é muito mais. “Você vai além dos seus limites, vai além do que você tem de expectativa, do sentimento que você tem de realização, da felicidade de ver o seu filho bem”, diz.

Foto: Arquivo pessoal

Compensação 

Sem romantizar a maternidade, até porque tem sido desafiador dar conta de dois bebês, Ana Karmen diz que, por outro lado, há sim uma grande compensação ver aqueles dois seres começarem a interagir, expressar-se. “É impressionante como o pouco que eles conseguem retribuir já me realiza, faz eu me esquecer de todas as dificuldades, de todos os desafios enfrentados no dia a dia. Ser mãe no mundo em que a gente vive é muito difícil, o peso de tudo isso cai, indiscutivelmente, sob os nossos ombros. Temos que dar conta de milhões de coisas”, observa.

Esses dias, quando os gêmeos completaram dois meses, a oficiala contou que estava refletindo sobre o papel secundário que a mãe passa a exercer depois que os filhos nascem, prova disso é que desde que os seus chegaram todo mundo pergunta por eles, como estão, mas não lembram de perguntar como ela está. “As pessoas falam que querem visitar o bebê e eu fico pensando: podem me visitar, eu também quero, a mãe também precisa de atenção, de carinho”, pontua.

“A gente acha que está preparada, mas só quando vivencia tudo isso é que tem a real dimensão do que é esse papel e que você, além de se sentir cobrada, por você e todas as outras pessoas que possa imaginar: família, amigos e a sociedade de um modo geral, mas principalmente por você, de você querer dar o seu melhor, ser melhor”, complementa. Ainda sensível, Ana Karmen revela que está falando com essa naturalidade hoje, mas se fosse há duas semanas só iria chorar.

Foto: Arquivo pessoal

Hoje, o Dia das Mães vai ser na casa de parentes e a oficiala vai aproveitar para fazer uma festa só. “É um momento muito simbólico, porque é o meu primeiro Dia das Mães e vou festejar os dois meses de vida dos meninos. Para mim, o mesversario deles não é uma data qualquer. O significado de cada mês deles é muito importante, porque foi uma maternidade muito desejada. Todos esses momentos são marco na vida deles, mas principalmente na minha. A cada mês eu vejo a mudança deles, o comportamento deles e vivenciar tudo isso é realmente significativo e especial. Não queira imaginar, é especial demais”, confidencia.

Ela, que passou por uma perda no início da pandemia, neste Dia das Mães celebra de uma forma diferente, com alegria. E, apesar dos desafios, conta que essa data tem outro sabor e que poderá saborear esse momento de forma única.

Foto: Arquivo pessoal

Novo sentido

Foi enquanto se locomovia pela cidade e dividia a atenção entre os filhos, que a chamavam a todo instante, e o marido, que falava ao lado, que a oficiala Virgínia Gurgel, lotada na comarca de Quixadá, na região do Sertão Central, contou um pouco da sua experiência com a maternidade. Mãe de um casal, a Olívia, de quatro anos, e o Tomás, de um ano e sete meses, ela disse que desde criança sempre quis ser mãe e também sempre gostou muito de crianças. Depois que a filha nasceu ela conta que a sua vida mudou completamente e tudo ganhou um novo sentido.

“Imediatamente eu me tornei uma pessoa melhor. Desejo um mundo melhor, porque eles estão aqui. Quero que tudo seja melhor por causa deles. Comecei a não ligar para as minhas limitações físicas e emocionais em prol deles. Tudo ganhou um novo sentido e ficou melhor”, afirma.

Virgínia complementa que, para ela, ser mãe é saber que a sua melhor parte na verdade não está em você, mas naquela vida que foi gerada. “É cuidar de um pedacinho seu, que não está em você e ao mesmo tempo é tudo o que há em você, porque eles ocupam o nosso coração e a nossa cabeça o tempo inteiro”, coloca.

Posse como Oficiala de Justiça 

Ela estava com nove meses de gestação quando tomou posse como Oficiala de Justiça. Foi empossada em 3 de setembro e, uma semana depois, no dia 11 de setembro de 2021, o seu segundo filho nasceu. “Logo que assumi entrei em licença maternidade, para desespero dos meus colegas”, recorda.

“Hoje eu entendo quantas doação minha mãe fez por mim. Ela não está mais aqui, mas é o amor da minha vida”, diz Virgínia Gurgel.

Só depois que se tornou mãe é que Virgínia passou a entender e valorizar ainda mais tudo o que a sua mãe fazia por ela. “Eu já respeitava e amava muito a minha mãe, mas o sentimento de gratidão invadiu a minha alma. Na escola, costumava esquecer muito o livro de informática, pois a aula era só um dia na semana, e muitas vezes ela estava no meio de uma reunião e saia para levar o livro. Fico pensando em como devia ser um contratempo, como devia ser uma loucura, mas ela ia. Quantas consultas ela ia com a gente. Hoje eu sei, saio de Quixadá e vou para Fortaleza fazer tratamento dos meninos, hoje entendo quantas doação minha mãe fez por mim. Ela não está mais aqui, faleceu no final de 2021, o Tomás era pequenininho. Minha mãe faleceu, mas ela é o amor da minha vida”, enfatiza.

Virgínia conta que hoje a primeira parte das comemorações vai ser em casa, com o marido e os filhos, e a segunda vai ser na casa da sogra, que tem sete filhos. “É muita animação, qualquer almoço lá é um evento, porque é muita gente. Quem tem menos filhos é a gente, que tem dois. A família é enorme. É uma confusão bem boa”, diz.

Foto: Arquivo pessoal

Amor de avó

Já faz dez anos que a Oficiala de Justiça Carmenilda Alves Diniz, lotada na Ceman de Fortaleza, é avó. Ela afirma que, para a sua sorte, foi mãe aos 18 anos. “Digo para a minha sorte, porque eu acho que nunca teria tido filho se não fosse na surpresa, no susto”, explica. Tornou-se mãe cedo e, aos 44 anos avó, e salienta que foi a melhor notícia que recebeu em toda a sua vida. “Lá no fórum todo mundo só me chamava de vozinha, eu com 44 anos, porque foi a maior alegria da minha vida. Saí contando aos quatro cantos que era avó”, comenta para depois cair na gargalhada.

Mesmo tendo sido mãe nova, ela diz que a maternidade nunca a atrapalhou, pelo contrário, serviu de estímulo para que corresse atrás de seus sonhos. “Consegui tudo o que queria, inclusive, estudar para ser aprovada em um concurso público. Para mim foi um divisor de águas tanto ser mãe como avó. Diferente da maternidade, quando tudo se tornou urgente, ela conta que quando foi avó sentiu vontade de desacelerar.

“Quando o meu neto chegou mostrei para ele a lua, as formiguinhas, na correria da vida a gente se esquece dessas coisas pequenas. As crianças têm a capacidade de fazerem isso: a gente se abaixar, se jogar no chão. Percebi que agora era um novo momento e que não ia perder nenhum segundo, e não perco”, frisa.

Válvula de escape

Diariamente, o neto vai para a casa da oficiala. É ela quem prepara o lanche e vai deixá-lo na escola, vai pegá-lo, leva para o futebol. Carmenilda ainda trabalha muito, mas relata que a sua válvula de escape é o neto, a companhia dele, mesmo só tendo dez anos. Faltando quatro anos para se aposentar, ela diz que sente vontade de concluir essa etapa de sua vida para ter mais tempo para a família. “Vivo dedicada a isso, ao marido, ao filho e ao neto, e sou muito feliz. Só tenho a agradecer por ter sido mãe cedo e avó cedo também”, acrescenta.

Hoje, as comemorações vão ser com seus pais (a mãe está com 88 anos), com o filho, a nora, o neto, o marido e as irmãs que também são mães. “Vai ter um churrasco aqui no condomínio e vai ser uma festa”, conta com empolgação.

Homenagem especial

Por meio desses relatos o Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará presta homenagem a todas as mães e deseja que seja uma data repleta de alegrias, afinal de contas, ser mãe é a própria definição de amor.

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