Oficiala de Justiça é impedida de trabalhar no bairro José Walter
O homem, que não era a pessoa a ser intimada, chegou armado acenando para que fosse embora. Logo depois, a oficiala registrou Boletim de Ocorrência no 8º DP
Mais um (a) Oficial (a) de Justiça é impedido (a) de trabalhar em Fortaleza. Dessa vez, no bairro José Walter. A oficiala, que prefere ter a identidade preservada, conta que era por volta de 9h30 de ontem quando estacionou o carro na Rua Pero de Gois. Viu que tinha uma criança, perguntou se ela conhecia o homem a ser intimado e ficou aguardando, dentro do veículo, que fosse chamá-lo. De repente, um outro homem apareceu com arma em punho acenando para que fossem embora. “A primeira reação que eu tive foi de dizer: vamos embora”, destaca a oficiala, que estava acompanhada de uma pessoa que dirigia o seu carro.
Ainda assustada, foi ao 8º Distrito Policial (bairro José Walter) fazer o Boletim de Ocorrência. Ela conta que o delegado foi bastante solícito e, na mesma hora, juntou uma equipe e foi ao local. Entretanto, não conseguiu prender a pessoa que ameaçou a oficiala. E o mandado – uma intimação de pensão alimentícia – não teve como ser cumprido.
Oficiala de Justiça há seis anos, ela conta que nunca tinha passado por uma situação como essa. Apesar de não querer mudar de rota, já que muitos já a conhecem, não acha prudente voltar a cumprir mandados naquela rua. O caso da oficiala não é isolado. No último dia 12, um Oficial de Justiça foi expulso do bairro Parque São José por oito homens. Eles o mandaram embora e dizendo que não queriam a justiça ali.
Vida de oficial (a)
Dotados de fé pública, são os Oficiais de Justiça os responsáveis por dar andamento aos processos judiciais, fazendo valer, na prática, as decisões do juiz. Trabalham sozinhos em seus próprios veículos, sem equipamentos de proteção individual, atuando em lugares que nem a polícia chega. Vulneráveis, muitos acabam se tornando vítimas da violência que assola o país. No entanto, não se observa nenhuma contrapartida por parte do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) no sentido de oferecer maior segurança à categoria.