De 2015 a 2018

Acumulado de perdas salariais dos servidores estaduais já soma 20,64%

Sem reposição, a inflação reduz drasticamente o poder de compra de itens fundamentais. Em Fortaleza, os servidores municipais já obtiveram sua reposição salarial em 1º de janeiro

01/05/2019

Neste 1º de maio, os servidores públicos estaduais não têm muito que comemorar. Apesar de a data base ter sido dia 1º de janeiro, até o momento o governador Camilo Santana não se pronunciou quanto à revisão salarial. De acordo com levantamento feito pelo Fórum Unificado das Associações e Sindicatos dos Servidores Públicos Estaduais (Fuaspec), o acumulado de perdas salarias de 2015 a 2018 já soma 20,64%.

No dia 5 de abril, o Fuaspec chegou a publicar nota nos jornais O Povo e Diário do Nordeste denunciando que, mesmo com superávit orçamentário de R$ 1,48 bilhão nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o governo impõe arrocho salarial aos servidores. Apesar de duas tentativas, os representantes do Fórum Unificado ainda não foram recebidos por Camilo Santana. Para agravar a situação, em dezembro de 2016 o governador se antecipou ao governo federal e aumentou a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%.

Sem reposição salarial, a inflação reduz drasticamente o poder de compra de itens fundamentais. Em Fortaleza, os servidores municipais já obtiveram sua reposição salarial em 1º de janeiro.

Cobrar

“Nós não estamos pedindo reajuste salarial, estamos pedindo a correção para repor o nosso poder de compra corroído com a inflação dos anos anteriores, então, neste 1º de maio, uma das nossas bandeiras de luta é cobrar o governo do estado do Ceará a pagar a reposição inflacionária”, destaca o presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça do Ceará (Sindojus-CE), Vagner Venâncio.

O representante da categoria dos Oficiais de Justiça acrescenta que os trabalhadores já sofreram forte ataque com a Reforma Trabalhista, que basicamente baniu a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e tirou a força da Justiça do Trabalho. Nela, os servidores públicos também foram atingidos, no momento em que prevê a terceirização da atividade fim, o que acarretará no esvaziamento da realização de concursos públicos. Agora, os servidores sofrem nova tentativa de retirada de direitos com a Reforma da Previdência, que praticamente tira o direitos dos trabalhadores de se aposentar. “A luta e a resistência são o único caminho”, reforça.

 

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